quarta-feira, 27 de junho de 2012

DILMA DÁ COM UMA MÃO E TIRA COM OUTRA

Em novo pacote de medidas para estimular a economia, o ministro Guido Mantega (Fazenda) anunciou nesta quarta-feira que a União comprará neste ano R$ 6,6 bilhões a mais do que o previsto no Orçamento de 2012 em máquinas e equipamentos e bens produzidos no Brasil. No total, serão R$ 8,4 bilhões. Fonte: Folha.


Mais um blá, blá, blá.  O montante adicional de compras anunciado, tem pouco efeito no PIB, representa acréscimo de 0,22% em 2012.  O esforço é para que o PIB deste ano não fique significativamente abaixo de 3%.  BC deve anunciar a previsão do PIB deste ano, abaixo de 3%.  O número em si, não tem grande impacto no mercado financeiro.  Só para comparação, a restituição do Imposto de Renda feito no mês de junho foi de R$2,4 bilhões. Este ano já está perdido.  Vai terminar o ano em estagnação.

Segundo o ministro, a União comprará 8.000 caminhões, a um custo de R$ 2,2 bilhões, 3.000 patrulhas agrícolas (com tratores e outros equipamentos), 3.500 retroescavadeiras e motoniveladoras, 50 perfuradoras para poços em época de seca, 2.100 ambulâncias, 160 vagões de trens urbanos, 500 motocicletas, 40 blindados para o Ministério da Defesa, 30 veículos lançadores de mísseis, 8.700 ônibus escolares e cerca de R$ 450 milhões em móveis escolares, entre outros. Fonte: Folha.


Os números anunciados, dá a impressão que vai resolver o problema do Brasil.  Mas, não vai.  Com foi dito acima, tudo isto acima, apenas, representa 0,22% do PIB deste ano.

A TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo), referência dos empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), também foi reduzida de 6% ao ano para 5,5% ao ano.  

Como não poderia ser de outra forma, Dilma dá uma mãozinha para alguns setores da indústria, além da compras anunciadas, mediante subsídio de juros para alguns poucos beneficiários da Bolsa BNDES.  O corte de juros no TJLP, vai custar uma bagatela de R$1,75 bilhão para o contribuinte.  Isto é, Robin Hood ao inverso.  Dilma dá com uma mão mas tira com a outra.  O pior de tudo, anunciado no mesmo pacote de medidas.  Nem disfarça mais!

Ossami Sakamori, 67, engenheiro civil, foi prof.da UFPR
Twitter: @sakamori10

3 comentários:

Amilcar Faria disse...

O pior é, além de ver isso tudo, saber que professores não ganham o piso salarial e que 35% do que o consumidor paga pelos medicamentos é imposto(segundo o Deputado Reguffe).

Como ele diz, em vários países do mundo não se cobram impostos sobre medicamentos. Ele tem uma proposta em tramitação de excluir os impostos dos medicamentos, com um impacto na arrecadação de somente cerca de 0,01% do PIB (conforme informações colhidas por ele junto à Receita Federal), mas que caminha a passos de tartaruga por inércia do legislativo e falta de interesse apesar do reconhecimento geral (inclusive parlamentar) sobre a relevância social da medida!

É por isso que eu defendo que as pessoas de bem, íntegras, com bons valores (com boa criação...rsrs) comecem a se politizar, ou seja, interessar-se por política, que leiam, se instruam, que não fiquem alheias aos noticiários sobre política, que procurem conhecer os candidatos, que procurem candidatar-se, que procurem apoiar os bons candidatos (se encontrarem algum) ou sejam os bons candidatos (se não encontrarem nenhum).

Eu prego que não abandonemos a política aos corruptos e inescrupulosos, porque a política somos todos nós, são nossos interesses, é o nosso bem estar social!

https://twitter.com/#!/AmilcarFaria

Daniella Caruso Gandra disse...

Olá, mestre! Dona Dilma está usando as duas mãos então; com uma ela oferece e com a outra ela tira, né. Mas para se chegar a um resultado satisfatório para a grande maioria, sempre um lado sofre mais do que o outro. E assim, a história continua sem final feliz, uma vez que o sistema político brasileiro está longe de ser um conto de fadas... Abraços de uma admiradora.

Nice Veloso disse...

Impressionante como o governo atende com rapidez a classe empresarial... E os trabalhadores, eles nem dão ouvidos. É só os empresários pedirem aumento para os serviços (transporte, energia, água...) mal prestados à população, pra eles reajustarem logo. Aos professores, aos trabalhadores que ajudam construir este país, vivem com um mísero salário! É aviltante! È só rolo compressor na cabeça do peão sô!