segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

SEMELHANÇA ENTRE BRASIL E JAPÃO


O Partido Liberal Democrático (PLD) venceu eleições realizadas para escolha dos parlamentares na Câmara dos Representantes do Japão.  O partido da situação, o Partido Democrático do Japão (PDJ) que havia conquistado o poder há 3 anos e 4 meses, derrotando o PLD, no poder desde a rendição do Japão, na II Guerra Mundial.  O PLD coligou-se com o Partido do Governo Limpo (Komeitô) e conseguiu a maioria absoluta (2/3) da Câmara dos Representantes.  O resultado permite o PLD governar com poder absoluto, porque de acordo com a Constituição japonesa, a Câmara dos Representantes, poderá reformar ou vetar todas iniciativas aprovadas no Senado em maioria absoluta.  Lembrando que o sistema do governo japonês é Parlamentarista.  O império, segundo Constituição imposta pelos americanos após a derrota do Japão, é constitucionalmente, apenas, "simbolo" do País.

Resolvi escrever esta matéria, porque o PDJ, derrotado nas eleições de ontem, 16 de dezembro, se parece muito com o Partido dos Trabalhadores do Brasil.  Há cerca de 3 anos e 4 meses, propondo mudança radical na vida dos japoneses, com muitas promessas, foram eleitos com vitória esmagadora.  O fato é que o PDJ não conseguiu levar adiante os planos de assistencialismo ao povo japonês como prometera nas campanhas eleitorais.  Além de não conseguir executar as promessas feitas nas eleições, o seu principal líder Osawa esteve envolvido em financiamento não declarado na sua campanha eleitoral.  Para o povo japonês, ilicitude na vida pública custa muito caro.  Nem é necessário julgamento judiciário, o acusado com indícios fortes, são obrigados a renunciar, sob pressão da população e da imprensa.  Tudo que aconteceu na terra do sol nascente, se parece muito com o Partido dos Trabalhadores do Brasil.

O Japão passa por período de estagnação há mais de uma década. O Banco Central do Japão, em tese, independente, executa a política monetária.  Nem mesmo, diminuindo a taxa básica de juros para 0,1% ao ano, não deu como reerguer a economia combalida há longos anos.  O partido vencedor das eleições, pressiona o Banco Central do Japão, e vai conseguir se impor mediante pressão, a trabalhar com meta de inflação, não mais igual a 0% (zero), mas sim a uma meta de 2% ao ano.  Japão quer inflação, pelo menos o mínimo requerido para incentivo ao consumo.

Fica lição para equipe econômica da Dilma, que a alta taxa básica de juros pagos para rolagem das dívidas do Tesouro, não tem muito a ver com o controle da inflação.  O exemplo do Japão é o exemplo clássico.  Outro exemplo, na mesma direção, vem da taxa básica de juros estabelecido pelo Tesouro americano.  Na terra do Tio Sam, com inflação estabilizado em torno de 2% ao ano, a taxa básica de juros é de apenas 0,25% ao ano.  Lembrando que o Tesouro brasileiro paga taxa Selic de 7,25% ao ano, uma das mais alta do mundo!  Digo, sempre, e reafirmo que além da taxa básica de juros, Selic, existe outros instrumentos da política econômica e monetária para segurar a inflação. 

Fica lição, também, para os políticos de todos os matizes no Brasil que o blá, blá, blá pode funcionar por pouco tempo, mas não por muito tempo.  As espumas espalhadas pela presidente Dilma, pode funcionar  por algum tempo, mas não por todo o tempo.  As anunciadas obras do PAC, não se materializam até hoje.  Só tem festa de lançamento dos programas e projetos, mas não vemos nenhuma inauguração de obras importantes.  Único programa que está indo em vento à popa, é o programa Minha Casa Minha Vida, financiado com recurso dos trabalhadores, o FGTS.  Até mesmo o subsídio do programa MCMV é financiado à fundo perdido, tomado de assalto aos recursos individuais de FGTS dos trabalhadores.  Esta última matéria, já foi postada por duas vezes, neste blog.

Espero que o povo brasileiro, como fez o povo japonês, acordem e saibam discernir o que é espuma (blá, blá, blá) dos projetos das efetivas ações antes de decidir o seu voto nas próximas eleições presidenciais.  Dilma & Lula, nunca mais!

Ossami Sakamori, 68, engenheiro civil, foi professor da UFPR, filiado ao PDT.  E-mail: sakamori10@gmail.com  

Um comentário:

Fernando disse...

O MCMV vai quebrar a CAIXA. Com 20% de depreciação dos imóveis, fato que já aconteceu em alguns locais e vai acontecer na maioria dos lugares, todos irão deixar de pagar os financiamentos, e daí o pau vai quebrar, sobrando para nós, pobres pagadores de impostos da republiqueta.