sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Brasil. O dilema do pato manco.

O pato manco do ministro Mantega e da presidente Dilma, está a enfrentar o dilema crucial, o de reajustar o câmbio ou continuar o controle informal do dólar via venda de títulos denominados de swap cambial tradicional, que nada mais é do que venda de um dólar virtual, fake, pois trata-se de títulos em US$ (dólar), mas que a liquidação financeira é feita em R$ (real).  

A medida semelhante é adotada na Venezuela e na Argentina.  O dólar oficial que é utilizado como referência para comércio internacional é controlado.  Enquanto isto, naqueles países, o dólar no mercado real está cada vez mais distante.  Coisa que está cada vez mais real no Brasil. O povo brasileiro, diante da inflação do bolso, está perdendo credibilidade no real.  

A credibilidade da moeda está intrinsecamente ligado à credibilidade do seu governante.  Sendo explícito, o mercado internacional fica de olho, na política econômica do governo como todo e em especial no trato com a política fiscal.  O Brasil está, como o pato manco ao mundo, o País está a dever uma política econômica consistente.  O Brasil, não se preparou, creio que há décadas, como país para o futuro.  Pelo contrário, dependemos financeira e tecnologicamente do estrangeiro, como nos velhos tempos do colonialismo.

O fato é que o Brasil, o pato manco da Dilma, está a copiar modelo populista do Nicolás Maduro e da Cristina Kirchner, o do assistencialismo, para tentar manter-se no poder.  Está cada vez mais evidente de que o governo se preocupa mais tempo e dinheiro em assistencialismo, uma espécie de curral eleitoral ou eleitoreiro, com o objetivo único de obter votos.  Isto tudo tem custos que estamos a vivenciar hoje.  Como disse o nosso ministro da Fazenda Mantega, o País está com duas pernas mancas.  

A presidente Dilma e o PT tem medo de perder o governo.  Para ambos, o importante é se manter no poder, não interessa se o País está com pernas mancas.  Por outro lado, a oposição ao governo não apresenta alternativas de propostas para saída da situação.  Pelo contrário, a oposição, prega a continuidade da política econômica, para tentar dividir o voto do curral eleitoreiro do PT.  Fala-se em tornar permanente o programa de assistencialismo, o que seria pior.

Ninguém percebeu ainda que vem soprando novos ventos nas economias desenvolvidas.  O mundo parece dar uma guinada e voltar ao liberalismo econômico, onde a interferência do Estado é cada vez menos e a predominância da iniciativa privada é cada vez mais presente.  Até a China, antes comunista, pretende nos próximos anos, aumentar a participação da iniciativa privada na economia do País. 

O Brasil vai na contra mão da economia mais desenvolvida como a da Alemanha e do Japão.  Eles são duros na queda.  Ambos países saíram da condição de países perdedores da Segunda Guerra Mundial, mas sagraram-se vencedores na economia, pós guerra.  Contrário dos nossos modelos de economia como o da Venezuela e Argentina, que estão cada vez mais próximo do abismo.  No mínimo, deveríamos analisar e copiar as melhores partes daqueles países vitoriosos ao invés de copiar os países perdedores como Venezuela e Argentina.
O que estamos a assistir em debate, pré-eleitoral, é a semelhança de programas do governo de todos os candidatos à presidência da República.  Nenhum dos candidatos apresenta plano de governo condizente com extensão territorial do País nem programas que represente a participação efetiva dos 200 milhões de habitantes na construção do novo Brasil.  Estamos, em vias de repetir, independente de quem vai governar o País, a mesma mediocridade e inadequados planos de desenvolvimento exclui a vocação natural do País.  O Brasil tem muito potencial econômico para pouco cérebro dos governantes. 

Enquanto estamos a aguardar um governante com visão mais ampla que conduza o País para desenvolvimento econômico e tecnológico, investindo pesadamente em educação de base.  Por enquanto não vi nenhuma liderança com plano de mudança estruturante para o Brasil sair desta condição de letargia e subdesenvolvimento. Espero que a nossa vocação não seja, eternamente, de  criador de patos mancos.

Ossami Sakamori

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