sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Economia BR. Temo repeteco de 2002!

Folha. Para o ministro, o despenho da economia foi fraco neste ano, mas isso não deve se repetir em 2014. O ministro apontou dois motivos principais para acreditar na melhora: a economia mundial vai melhorar, elevando o consumo de produtos brasileiros no exterior, e o nível de investimento doméstico vai crescer devido ao programa de concessões da ordem de US$ 250 bilhões. "2014 será o ano da virada da crise", disse ministro Mantega.  

Comentário.

Não interpretem a fala do ministro Mantega sobre o desempenho da economia no ano que vem como positivo.  Faz parte do seu compromisso institucional ou melhor compromisso com a presidência da República, vender "clima" de otimismo no mercado.  Seria pedir demais confissão do ministro da Fazenda cujo presidente quer se reeleger a todo custo, agora, já no próximo ano, no sentido contrário.

Diante da agenda de eleições em 2014, não se espera da atual administração, a da Dilma, tomar medidas restritivas à população para melhorar o desempenho da economia sem agravar o quadro da situação fiscal do País.  Não, não vai tomar.  A presidente Dilma, deveria ter tomado as medidas corretivas já no início do mandato.  Se não as fez até agora, não será justamento no ano da sua tentativa de reeleição.

Ao contrário do que afirma o ministro, os investimentos referente às concessões US$ 250 bilhões, mais os investimentos referente à exploração do pré-sal não ocorrerão no ano de 2014, mas sim no decorrer dos 25 anos de concessão.  Se traduzido em termo de investimento para 2014, seria algo como US$ 10 bilhões ou R$ 23 bilhões.  Nada espetacular como se refere o ministro Mantega.

A situação fiscal de 2013, tem sinal de que fechará dentro da meta, a última, após os ajustes excluindo estados e municípios, com muito sofreguidão e muitas gambiarras contábeis.  Certamente, para o fechamento do ajuste, serão antecipado, para efeito contábil algumas receitas futuras, como decorrente do Refis.  Outras despesas serão postergados para o ano de 2013 para fechar dentro da meta, a nova.

Acontece que o mercado financeiro global não dorme de touca. O mercado tanto nacional ou internacional, acompanham de perto as gambiarras do Arno Augustin, já freguês de caderno.  A tendência das agências de classificação para o Brasil, não será alterada.  As agências manterão perspectiva negativa para a nota de risco do Brasil.

Poucos analistas do mercado chamam a atenção para a dificuldade de rolagem das dívidas públicas do governo federal.  O jornal Folha deu destaque ontem, sobre "rebelião" dos técnicos sobre a política de juros do Tesouro Nacional, comandado pelo Arno Augustin, o rei das gambiarras.  O fato que há visão clara sobre gravidade da situação dos próprios técnicos do ministério da Fazenda.  

O fator alarmante, no meu entender, que os juros do título NTN-B, postecipados, segue numa trajetória ascendente.  O último número divulgado pela Fazenda é de que o mercado está exigindo remuneração de 6% + inflação.  Em tese, o Tesouro está rolando parte da sua dívida próximo de 12% ao ano.  Isto causa, primeiro o aumento descomunal da dívida do Tesouro proporcionalmente ao PIB e outro fator é a sinalização de que o País está perdendo credibilidade muito rapidamente.

Diante do quadro, os investimentos estrangeiros diretos (IED), tão necessários para fechar a balança de pagamentos, vão ficar na posição de stand by no próximo ano, na expectativa do resultado das eleições.  Aconteceu algo semelhante, no ano de eleições do sucessor do FHC em 2002.  Vamos torcer para que isto não se repita.  Ou vamos esperar que Deus seja brasileiro, novamente?

Ossami Sakamori  



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