sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Brasil virou um país de "biscateiros"!


O IBGE divulgou o índice de desemprego no trimestre encerrado em julho deste ano em 12,8%, correspondente a 13,3 milhões de desempregados. O índice reflete a queda de 0,8% sobre o trimestre anterior encerrado em abril deste ano. Ainda, o número de população ocupada no mesmo trimestre de referência foi de 90,7 milhões de pessoas. O número do Pnad Contínua do IBGE indica que houve queda de 721 mil pessoas desempregadas, no trimestre móvel encerrado em julho/2017.

Apesar da queda de número de desempregados ter uma queda expressiva, o acréscimo de número de trabalhadores com carteira assinada, não houve mudança expressiva. O último dado conhecido de novos empregados com carteira assinada, do trimestre encerrado em junho de 2017, foi de 35 mil trabalhadores. Parece contradição, mas não é. Explico o porque desse aparente paradoxo. 

Para entender melhor os números divulgados pelo IBGE, aparentemente contraditórios, convém entender melhor os critérios adotados pelo Instituto com referência  aos índice de desempregados. Segundo IBGE, o número de desempregados considerado no Pnad Contínuo, o número de desempregados é baseado em trabalhadores que vão à procura de trabalho. Oficialmente, o número de pessoas que deixaram de procurar o emprego, até por falta de perspectiva, são considerados "desalentados" e não como "desempregados". 

Os desalentados, segundo IBGE, são pessoas que deixaram de procurar o emprego por absoluta falta de perspectiva. Dentre os desalentados encontram-se os sub-empregados com período parcial de trabalho ou trabalhadores que estão com trabalho informal. O trabalho informal, como a própria denominação, não tem carteira assinada e nem tem um estabelecimento comercial fixo. Vulgarmente, o termo deste tipo de serviço, é conhecido como "biscate". O número de "biscateiro", ainda o próprio IBGE já ultrapassa 26 milhões de pessoas. 

Somado ambos números, o número de desempregados e o número de desalentados, representa hoje cerca de 40 milhões.  Assim, grosso modo, cerca de 1/3 da população economicamente ativa estão dentre as categorias de desempregados ou desalentados. O comemorado decréscimo de número de desempregados, apenas reflete a "migração" de pessoas "desempregadas" para a categoria de pessoas "desalentadas". O número de "desempregados" diminuiu, mas o número de "biscateiros" no País aumentou.

Assim, podemos concluir que o Brasil virou um país de "biscateiros" !

Ossami Sakamori
@SakaSakamori

4 comentários:

daniel camilo disse...

Bom dia. Sr Sakamori. Aqui onde resido, às portas dos Bancos trabalham pessoas que vão além de "biscateiros", é como se fossem "esmoleiros". Eles oferecem balas, chicletes, canetas,.e pedem pelo amor de Deus que a gente compre para eles comprar alimentos. São mulheres com crianças no colo, ou crianças mesmo. Aí alguém pode pensar que são aproveitadores, mas não são. É só ir ao endereço da casas dele e verificar a precariedade da situação. O governo FHC e principalmente Lula e Dilma acostumou uma parte da população com o Bolsa Família, e agora o Michel Temer está descadastrando, sem alardes, muitas famílias que agora terão que se virar para arrumar dinheiro, e com essa crise de desemprego,.....Então, como o Sr explicou bem, não há uma queda expressiva de desempregados. Esses desempregados vão procurar emprego como? Se estão sem dinheiro até para pagar o ônibus? Dessa forma, é melhor trabalhar fazendo bicos; isso se a Prefeitura não mandar os fiscais fecharem as barraquinhas e apreenderem todo o conteúdo, como aconteceu aqui. O pessoal vendia lanches nas avenidas e a Prefeitura apreendeu tudo.

Unknown disse...

Bom dia, biscateiros somos e seremos

Unknown disse...

Bom dia, biscateiros somos e seremos

Anônimo disse...

O Jucão chamou de SURUBA